estilos

banner animado

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país.
E o vento conta a desgraça.
Eis o que o vento me diz:

sábado, 18 de junho de 2011

CRISE NO ESPAÇO EUROPEU : DÍVIDAS E DÚVIDAS



I. Os Países da Zona Euro : Todos Iguais, Todos Diferentes

Evolução entre 1999 e 2010:
- Crescimento do PIB [%]
- Desemprego [% pop. activa]
- Dívida pública [%PIB]
- Défice orçamental [%PIB]


PIB per capita em 2010, nos países da zona euro e nos restantes países europeus (dados agora divulgados pelo Eurostat)

Entre os 27 países da União Europeia, Portugal ficou em 18º lugar no que diz respeito ao valor do PIB per capita em 2010; o nosso PIB per capita correspondeu a 81% do valor médio para a UE27. Entre os 17 países da zona euro, Portugal ficou em 15º lugar em 2010, tendo apenas superado a Eslováquia (16º) e a Estónia (17º); o nosso PIB per capita correspondeu a 75% do valor médio para a zona euro. Os países da União Europeia que ficaram atrás de Portugal nesta classificação referente a 2010 são, todos eles, membros recentes (sete anos ou menos); três dos países que foram integrados em 2004 (Chipre, Eslovénia e Malta) estão hoje à nossa frente.

Com a profunda recessão que afecta Portugal desde Outubro de 2010 - e que irá manter-se nos próximos dois anos, pelo menos, enquanto os outros países da União vão crescer -, é bem provável que a posição do nosso país neste "ranking" se degrade ainda mais.

Os números do desemprego em Maio de 2011
(dados agora divulgados pelo Eurostat)

A taxa de desemprego em Portugal mantém-se há meses nos 12.4%.
Entre os 27 países da União Europeia, só sete tinham em Maio uma taxa de desemprego superior à do nosso país, sendo de 9.3% a média para a UE27. Entre os 17 países da zona euro - com taxa de desemprego média nos 9.9% -, só 5 tinham uma taxa e desemprego superior à portuguesa: Espanha (20.9%), Grécia (15.0%), Irlanda (14.0%), Estónia (13.8%) e Eslováquia (13.3%).

Com a profunda recessão em que Portugal vai continuar mergulhado nos próximos dois anos - ao contrário dos restantes países da UE -, é bem provável que a posição do nosso país também se degrade neste "ranking".

Endividamento externo (público e privado) de Portugal
(dados agora divulgados pelo Banco de Portugal)

No final de 2010, os passivos atingiam 293% do PIB, não tendo os activos ido além de
185.2% do PIB: isto é, a chamada "Posição de Investimento Internacional" do nosso país era de -107.8% ('activos' menos 'passivos'). No que diz respeito a este importante indicador (PII) - cujo simétrico representa endividamento externo líquido e está relacionado com a chamada "dívida externa líquida" -, Portugal (PT)
está mesmo na cauda da Zona Euro, atrás da Irlanda (IE) e da própria Grécia (GR).



II. O Nervosismo dos Mercados


PortugalIrelandItalyGreeceSpain
10Y10Y10Y10Y10Y
3Y3Y3Y3Y3Y
2Y2Y2Y2Y2Y
(clique nos links na tabela acima)


2011 -2,2 0,6 1,0 -3,5 0,8
2012 -1,8 1,9 1,3 1,1 1,5


2011 101,7 112,0 120,3 157,7 68,1
2012 107,4 117,9 119,8 166,1 71,0
(*) previsões da UE




III. Cisão na Zona Euro?


(clique na imagem)



IV. Dividocracia

Vale a pena ver este documentário (uma autêntica tragédia grega):

1ª parte
2ª parte
3ª parte
4ª parte
5ª parte

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O FMI ESTÁ DE VOLTA



I. Sócrates não Vai "Governar com o FMI"

Sócrates prometeu que não iria "governar com o FMI"...
(clique na imagem)


...e os portugueses obrigaram-no a cumprir a promessa!
(clique na imagem)



II. Quem vai "Governar com o FMI"?
Os vencedores das eleições de 5 de Junho




Os que prepararam o programa de governo e vão controlar a sua execução

Os banqueiros portugueses




III. O Estado a que Isto Chegou e o que nos Espera

O que não foi debatido na TV antes de 5 de Junho
1ª parte2ª parte


(clique nas imagens)



O que o FMI divulgou depois de 5 de Junho
(clique na imagem)




IV. Plano A e Plano B


Vale a pena ler um artigo recente do consagrado economista Nouriel Roubini, publicado no passado dia 16 de Maio. Repare-se no que ele diz e compare-se a sua posição com as posições assumidas pela "troika PS/PSD/CDS-PP" (que obteve 78.4% dos votos nas eleições de 5 de Junho) e pela "troika PCP/PEV/BE" (que não foi além de 13.1% nessas eleições):

'Greece is clearly insolvent. Even with a draconian austerity package, totaling 10% of GDP, its public debt would rise to 160% of GDP. Portugal - where growth has been stagnant for a decade - is experiencing a slow-motion fiscal train wreck that will lead to public-sector insolvency. In Ireland and Spain, transferring the banking system's huge losses to the government's balance sheet - on top of already-escalating public debt - will eventually lead to sovereign insolvency.

The official approach, Plan A, has been to pretend that these economies suffer a liquidity crunch, not a solvency problem, and that the provision of bailout loans - together with fiscal austerity and structural reforms - can restore debt sustainability and market access. This "extend and pretend" or "lend and pray" approach is bound to fail, because, unfortunately, most of the options that indebted
countries have used in the past to extricate themselves from excessive debt are not feasible (...).

If the PIIGS can't inflate, grow, devalue, or save their way out of their problems, Plan A is either failing or is bound to fail. The only alternative is to shift quickly to Plan B - an orderly restructuring and reduction of the debts of these countries' governments, households, and banks. This can happen in a number of ways. One can carry out an orderly rescheduling of the PIIGS' public debts without actually reducing the principal amount owed. This means extending the maturity dates of debts and reducing the interest rate on the new debt to levels much lower than currently unsustainable market rates. This solution limits the risk of contagion and the potential losses that financial institutions would bear if the value of debt principal were reduced.'


(clique na imagem)


Vale a pena ler dois textos recentes da autoria de conhecidos sociólogos portugueses (ambos doutorados): o texto A, apresentado por António Barreto nas comemorações oficiais do 10 de Junho, amplamente cobertas pelos "media"; o texto B - que corresponde a um artigo de opinião de Carvalho da Silva -, discretamente publicado no "Jornal de Notícias" de 12 de Junho.

AB




(clique nas imagens)